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Notícias IF Farroupilha

Eles jogam, criam e salvam o mundo, o game ambiental que nasce no IFFar e inspira novos futuros

Publicado em Quinta, 22 de Mai de 2025, 14h48 | por Secretaria de Comunicação | Voltar à página anterior

Projeto “Era uma vez… um EcoCoquinho Cibernético” envolve estudantes em uma jornada lúdica para regenerar o planeta e aprender que ciência, empatia e imaginação podem andar juntas.

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Cenário e personagem do Jogo EcoCoquinho. Foto: Lurdes Zanchetta da Rosa

Na sala iluminada, a concentração dos estudantes é quase palpável. Livros, fones de ouvido e figuras de biscuit dividem espaço com cadernos e teclados. Mas ali, ninguém está apenas jogando. Estão salvando o mundo, ou pelo menos o mundo do EcoCoquinho Cibernético, projeto de extensão do Instituto Federal Farroupilha (IFFar) que transforma o universo dos RPGs em uma potente ferramenta de educação ambiental, criatividade e formação cidadã.

A missão começa com uma história. Em um futuro distópico, um pequeno herói digital, o EcoCoquinho, lidera uma jornada para restaurar ecossistemas devastados. A cada nova partida, estudantes do ensino fundamental e médio de São Gabriel e Santa Margarida do Sul assumem papéis, criam cenários, enfrentam desafios e, juntos, descobrem como colaborar para reverter os efeitos da degradação ambiental. "Para acessar as ecopalmeiras, que são capazes de regenerar o planeta, não basta ter conhecimento. É preciso empatia, coragem e escuta", explica a professora Lurdes Zanchetta da Rosa, coordenadora do projeto e uma das autoras do livro infantil que inspirou a iniciativa.

Lurdes destaca que o impacto vai além do jogo. "Trabalhar com projetos, em sala de aula, nas rodas de conversas entre professores e alunos, além de aproximar as pessoas, proporciona conhecer e entender a realidade de cada participante. Assim, nos debates, cada um tem a oportunidade de se expressar e entender que muitas vezes os problemas individuais ou pessoais são comuns a outros integrantes. O diálogo franco e verdadeiro eleva a turma a uma cumplicidade de ajuda e crescimento na aprendizagem e no autoconhecimento. Proporciona, dessa forma, refletir as situações ambientais e atuar de forma segura nas resoluções de problemas”.

As atividades deste ano começaram em abril, com ações desenvolvidas pelo Centro de Referência do IFFar em São Gabriel, em parceria com a prefeitura municipal.

Também fazem parte da equipe a professora Ana Paula Vestena Cassol, os docentes da rede municipal Carla Daniele Macedo Gomes e Felipe Matheus Pereira, além de estudantes do curso de Pedagogia. Em Santa Margarida do Sul, as atividades ocorrem na Escola Estadual Marechal Hermes, com alunos do ensino médio integral.

A pedagoga Carla Daniele Macedo Gomes observa que o EcoCoquinho surgiu como resposta ao impacto das tragédias ambientais vividas no estado. "Ele nasceu da dor de ver nosso estado sendo atingido por tragédias ambientais, mas floresceu como proposta educativa ao juntar narrativa, tecnologia e sensibilidade. Os alunos criam tudo, personagens, mapas, os conflitos e também as soluções”.

Nos cenários de RPG, vilões simbólicos como a poluição, a ganância e o descaso ambiental desafiam os estudantes a encontrar estratégias de transformação. Ao longo do jogo, surgem conexões com disciplinas como informática, geografia, ciências e artes, mas, sobretudo, com a escuta ativa e o cuidado com o outro.

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Lançamento projeto de extensão ecocoquinho abril 2025. Foto: Lurdes Zanchetta da Rosa

A experiência tem impactado diretamente a forma como os jovens se relacionam com a escola. "Essa experiência está sendo incrível para mim, pois estou me abrindo melhor com meus colegas", relata Brayan Schaf Lacerda, estudante do primeiro ano do ensino médio. "Tenho muito mais motivação para frequentar as aulas. Crio coisas novas, escrevo textos e estou melhorando minha escrita", completa Jederson Couto da Rosa, da mesma turma.

Para Thalia Luéle Machado Ferreira da Luz, o projeto se tornou também incentivo à presença e ao envolvimento. "Está sendo muito legal participar, porque estou desenhando bastante, criando textos, desenvolvendo meu personagem. Quero vir à aula todos os dias e tenho me dedicado mais para poder participar do projeto por mais tempo”.

A história se (re)constrói a cada novo participante

A narrativa do Coquinho Amarelinho não é nova. Em 2008, Lydia de Moura Azevedo conheceu o personagem em apresentações com fantoches no CTG, quando tinha apenas dez anos. Hoje advogada e professora de oratória, ela revisita aquela história com carinho. "Narrava a história com brilho nos olhos. Entendi que aquele coquinho, arrancado e pisoteado, era sobre resiliência. E eu também floresci".

Lydia, que foi a 1ª Prenda Mirim do RS em 2009 e ficou conhecida como "a prenda do coquinho", agora participa da transposição da narrativa para o meio digital. "O Coquinho virou cibernético, mas o propósito segue o mesmo, plantar consciência para colher transformação. Ainda mais diante das enchentes que devastaram o nosso estado. O projeto nunca foi tão necessário”.

Do lado de quem está em formação para ser educador, a experiência tem sido um ponto de virada. Carlos Gabriel Moreira de Almeida, estudante de Pedagogia do IFFar, integra a equipe responsável por aplicar o projeto nas escolas. Para ele, o contato com o EcoCoquinho une vocação, memória afetiva e inovação pedagógica. "Participar deste projeto tem sido uma experiência incrível. É como um verdadeiro sonho de infância. Eu gostava muito de jogos desde pequeno, videogames e tabuleiros, por serem lúdicos e por mostrarem, por meio da pontuação, como eu estava indo. Desde cedo percebia que algumas aulas eram mais divertidas, dinâmicas e interativas. E sempre pensei que gostaria de fazer diferente quando fosse professor", comenta o estudante.

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Alunos trabalham na interpretação de personagens do jogo. Foto: Lurdes Zanchetta da Rosa

A oportunidade surgiu no momento certo. "Ao longo do curso, me deparei com o desafio de criar aulas mais motivadoras, em que os alunos se divertissem, colaborassem e aprendessem ao mesmo tempo. Esse projeto tem sido minha chance de realizar isso. Os alunos interpretam personagens em um mundo distópico que, infelizmente, não está tão distante da nossa realidade. A natureza está severamente degradada, e a esperança deles está no coquinho amarelinho. Eles trabalham juntos, criam estratégias, aplicam de forma multidisciplinar conhecimentos de ciências da natureza e suas tecnologias para tentar restaurar o meio ambiente. É uma experiência cativante, engajadora e muito motivadora", relata o futuro pedagogo.

Com ações articuladas também com a Educação de Jovens e Adultos integrada à Educação Profissional e Tecnológica (EJA/EPT), o EcoCoquinho Cibernético promove uma educação crítica e inclusiva, alinhada aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), especialmente o ODS 4 – Educação de Qualidade. Previsto para seguir até dezembro de 2025, o projeto reafirma o papel do IFFar como espaço de inovação, afeto e transformação social.

No fim das contas, o EcoCoquinho não é “só um joguinho”. É uma metáfora viva de resistência e cuidado. Porque, como ensina o pequeno coquinho amarelinho, mesmo o que parece frágil pode transformar o mundo quando regado com educação, imaginação e esperança. 

Secom

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