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Notícias Alegrete

BioTrip 2025 em retrospectiva: viagem acadêmica promovida pela Licenciatura em Ciências Biológicas do IFFar – Campus Alegrete

Publicado em Segunda, 17 de Novembro de 2025, 18h48 | por Ascom Alegrete | Voltar à página anterior

Entre os dias 18 e 23 de outubro de 2025, estudantes e professores da Licenciatura em Ciências Biológicas do IFFar – Campus Alegrete realizaram a BioTrip 2025, uma viagem acadêmica que uniu biodiversidade, conservação, manejo sustentável e educação ambiental em experiências concretas de campo. A atividade contou também com a participação de integrantes de outros cursos do campus, ampliando a troca de saberes ao longo do percurso. Estiveram presentes professores de Língua Portuguesa e de História, médico-veterinário, e estudantes da Agronomia, Química, Análise e Desenvolvimento de Sistemas e  Alimentos, que relacionaram seus conhecimentos às vivências práticas e às realidades socioambientais encontradas no caminho.

 

Curitiba: iniciação à pesquisa botânica e conservação da fauna

A jornada começou no Jardim Botânico de Curitiba, referência nacional em pesquisa e conservação vegetal. Criado em 1991, o espaço abriga coleções científicas, estufas com espécies nativas e exóticas e iniciativas voltadas à recuperação da flora brasileira. Os estudantes puderam observar técnicas de cultivo, manejo e preservação, conectando conteúdos vistos em sala com a rotina de pesquisadores.

Em seguida, a programação continuou no Zoológico Municipal de Curitiba, inaugurado em 1982. A presença do médico-veterinário do campus enriqueceu as conversas sobre manejo da fauna, bem-estar animal e conservação de espécies ameaçadas, aproximando a teoria das práticas realizadas pela equipe técnica do local.

 

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Cananéia: biodiversidade e comunidades tradicionais

O grupo seguiu para Cananéia (SP), município histórico situado em uma das regiões ecológicas mais importantes do país. O Complexo Estuarino-Lagunar de Iguape–Cananéia, reconhecido pela UNESCO como parte da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, abriga ecossistemas preservados e comunidades tradicionais que mantêm modos de vida profundamente conectados ao ambiente.

Em Cananéia, os estudantes visitaram a Reserva Extrativista do Mandira (Resex Mandira), administrada pelo ICMBio desde 2002. A comunidade quilombola local conduz um modelo exemplar de gestão sustentável, baseado na extração responsável de ostras e no manejo cuidadoso dos recursos naturais. Além da conversa com moradores e lideranças, que aproximou o grupo das práticas de organização comunitária e dos desafios enfrentados pelas populações tradicionais, programação incluiu uma incursão de lancha pelo manguezal até os criadouros de ostras, permitindo observar de perto o trabalho desenvolvido na região e a relação entre conservação, território e sustento das famílias.

 

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PETAR: cavernas, trilhas e ecossistemas únicos

A imersão continuou no Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira (PETAR), uma das áreas de maior relevância espeleológica do mundo, com mais de 350 cavernas registradas. Criado em 1958, o parque reúne rios de águas claras, formações geológicas singulares e uma parcela preciosa da Mata Atlântica.

No primeiro dia, o grupo percorreu a Trilha do Betari e visitou as cavernas Água Suja e Cafezal, onde puderam observar na prática como solo, água e rochas se relacionam na formação dos sistemas subterrâneos. A trilha terminou na Cachoeira do Betarizinho, fechando o percurso com discussões sobre hidrologia, geologia e biodiversidade.

 

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Durante a caminhada, os estudantes também atravessaram um trecho do Caminho de Peabiru, antiga rota indígena que conectava diferentes regiões da América do Sul antes da chegada dos europeus. O professor de História que acompanhava a viagem trouxe o contexto cultural e arqueológico do trajeto, mostrando como conhecimento ambiental e história se entrelaçam há séculos — um momento que reforçou, na prática, a força da interdisciplinaridade.

 

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As atividades no PETAR foram conduzidas por guias locais, entre eles espeleólogos, que compartilharam saberes sobre as cavernas, a dinâmica dos rios subterrâneos e a vida que se adapta às condições da Mata Atlântica. Essa troca ampliou a compreensão dos estudantes sobre conservação e manejo sustentável do território.

No segundo dia, foram exploradas as cavernas Alambari de Baixo e Ouro Grosso, marcadas por salões internos, formações calcárias e cursos d’água. A programação incluiu boia cross, proporcionando contato direto com a dinâmica dos rios, além de uma atividade noturna de observação de cogumelos bioluminescentes, momento que revelou a complexidade e a beleza dos ecossistemas fúngicos do Vale do Ribeira.

 

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Quilombo Ivaporunduva: história, resistência e sustentabilidade

Para encerrar a BioTrip, o grupo visitou o Quilombo do Ivaporunduva, uma das comunidades quilombolas mais antigas do Vale do Ribeira, com registros desde o século XVIII. O quilombo é reconhecido por sua organização comunitária, sua produção agrícola sustentável e pela defesa ativa do território tradicional.

Durante a visita, os estudantes participaram de oficinas de ervas medicinais, técnicas tradicionais de caça e pesca e artesanato, aproximando-se dos saberes transmitidos entre gerações. As conversas com moradores trouxeram reflexões sobre resistência, identidade, autonomia e sobre como a conservação ambiental também passa pelo fortalecimento das comunidades que habitam esses territórios.

 

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Aprendizagens que ficam

A BioTrip 2025 deixou lembranças que vão muito além do conteúdo técnico. Ao caminhar por diferentes territórios, escutar histórias e vivenciar práticas de conservação com quem faz parte delas, os estudantes puderam ver a biologia acontecendo no mundo real — em florestas, cavernas, rios, comunidades e na relação entre pessoas e natureza.

A experiência demonstra o compromisso do IFFar – Campus Alegrete e da Licenciatura em Ciências Biológicas com uma formação crítica, humana e sensível às realidades socioambientais do país. Aprender, afinal, também é observar, escutar e se conectar com aquilo que está vivo ao nosso redor.

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